Disciplinas Toponímia Geral e do Brasil I e II

A Área de Línguas Indígenas do Brasil oferece todos os anos as disciplinas de Toponímia (FLC0502- Toponímia Geral e do Brasil I e FLC0503 Toponímia Geral e do Brasil II), com pelo menos uma turma no matutino e duas no noturno. Haverá uma reestruturação a partir de 2015, provavelmente, com a ampliação do oferecimento de disciplinas.

A ementa e a descrição inicial das disciplinas é fruto de um momento em que a Toponímia, junto com outras disciplinas optativas, era parte do extinto CMF (Currículo Mínimo Federal). Hoje em dia o conteúdo dos dois semestres foi atualizado, ainda que não tenha perdido de vista seus objetivos e seu programa oficial.

A disciplina FLC 0502- Toponímia Geral e do Brasil I, oferecida nos primeiros semestres, proporciona uma reflexão teórica a respeito do nome em geral, partindo do pensamento grego e chegando às atuais teorias onomásticas. Além disso, o Brasil é apresentado por meio de seu sistema de nomes de lugares, enfatizando a cronologia histórica da formação dos estratos linguísticos e onomásticos no país. A toponímia de origem indígena é abordada de modo concomitante aos demais estratos linguísticos, destacando-se, ainda, os conceitos de tronco linguístico, família e língua, bem como a cosmovisão indígena impressa nos nomes de lugares brasileiros. Em termos específicos, a cidade de São Paulo é ponto de discussão no concernente à história de formação de seus logradouros e políticas denominativas, focando-se, do ponto de vista teórico, nos conceitos de toponímia oficial, paralela e espontânea.

A disciplina FLC 0503- Toponímia Geral e do Brasil II, oferecida nos segundos semestres, é independente da outra disciplina (não há pré-requisitos) e pode ser cursada sem prejuízo de conteúdo. Inicia-se o semestre fazendo um apanhado geral da teoria dos nomes e seus princípios básicos para depois abordar a toponímia brasileira por um outro prisma: formação de nomes de lugares por meio dos ciclos históricos e econômicos, além das relações entre regiões culturais e regiões toponímicas. A toponímia urbana é abordada diacronicamente e de modo contrastivo, viajando-se pela formação de nomes em São Paulo e Rio de Janeiro. A Antroponímia ou o estudo dos nomes de pessoas é foco de estudos detalhados na disciplina. Os nomes de pessoas são estudados pela ótica do Direito, da Psicologia e da Linguística, em suas simbioses com os nomes de lugares ou topônimos. A formação do sistema antroponímico brasileiro parte do sistema trinominal romano, passando pelas principais características proporcionadas pelas sucessivas sobreposições de estratos linguísticos. A concepção mágica do nome presente em sociedades indígenas brasileiras é apresentada, com diálogos com os sistemas de nomes de algumas sociedades africanas e orientais.